Lacerda comenta notícias e defende transição energética

Em participação na bancada do Jornal da Cultura, conselheiro federal abordou o novo arcabouço fiscal, a viagem de Lula para participar do G7 e os desastres climáticos

O ex-presidente do Cofecon Antonio Corrêa de Lacerda participou na última quarta-feira (17) do Jornal da Cultura. Ele esteve na bancada do noticiário comentando as informações veiculadas no telejornal. A apresentação foi da jornalista Karyn Bravo.

Lacerda comentou o novo arcabouço fiscal, chamado de Regime Fiscal Sustentável. Na visão do economista, há imperfeições, mas é melhor do que o teto de gastos – que cortou a parte mais nobre do gasto público, que é o investimento. “O governo fez bem ao colocar a PEC da Transição para evitar que houvesse uma paralisação completa da governabilidade”, avaliou. “A aprovação deste novo marco visa dar um balizamento futuro quanto à sustentabilidade fiscal. Ele não é a melhor solução, vários pontos podem ser aprimorados, mas é uma referência para colocar no lugar de algo que não se sustentou”.

Sobre a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão para participar da reunião do G7, o conselheiro federal afirmou que o Brasil tem um papel fundamental nas pautas que serão discutidas. “Hoje a maior preocupação de curto prazo é a inflação e a desarticulação das cadeias produtivas. Isso tem afetado a logística de distribuição de insumos, peças e chips. No médio e longo prazos é a agenda climática associada à transição energética”, apontou Lacerda. “Nessa nova geopolítica econômica dos investimentos globais o Brasil pode gerar valor aqui, indo além do complexo agro, mineral, petrolífero e de carnes, para uma indústria moderna, que traduza mais a realidade, que agregue valor e gere empregos e tributos”.

Sobre a criação das Comissões Parlamentares de Inquérito, o economista classificou a das Lojas Americanas como a mais relevante economicamente. “Embora seja um episódio específico, é um grupo empresarial forte e que pode estar envolvido em práticas muito questionáveis. Trazer visibilidade a esta questão extrapola o caso específico das Americanas e vai para critérios de elisão fiscal e de artifícios de subvenções e incentivos”.

O telejornal também abordou os desastres climáticos na Europa, causando um prejuízo de 30 bilhões de dólares. “A mudança climática hoje é um problema global, mas que tem impactos globais. Entrou no rol das preocupações do G7, do G20, dos grandes fóruns internacionais. Não adianta um país isoladamente tomar uma medida”, argumentou. “Hoje não se pode pensar a economia isolada da questão ecológica e social. A transição energética precisa ser feita a partir da sustentabilidade, tudo isso num conceito de reindustrialização, que é a grande oportunidade que se apresenta para o Brasil”.