Lacerda participou de Encontro Nacional da Juventude Brasileira da Economia de Francisco

O presidente do Cofecon, Antonio Corrêa de Lacerda, participou no dia 30 de julho do Encontro Nacional da Juventude Brasileira da Economia de Francisco, realizado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), de forma híbrida. Lacerda, que também é professor da instituição e coordena o programa de pós-graduação em economia política, falou sobre a importância deste assunto no contexto atual, com o crescimento da inflação e insegurança alimentar, do desemprego e desalento, entre tantos outros problemas que atingem principalmente à população mais carente.

“Nós temos o dever moral, social e humanitário de buscar maior igualdade, mais justiça e maior distribuição de renda. A economia não se sustenta por si própria, mas da contribuição que ela pode dar para a vida das pessoas”, afirmou Lacerda. “Todos estes objetivos se coadunam com atual gestão do Cofecon/Corecons, que compartilha dos principais valores, princípios e interesses da Economia de Francisco e Clara.”

Ao abordar a questão da economia política, Lacerda ressaltou a grande desigualdade existente no Brasil. “A economia política é a forma como os atores econômicos se organizam na distribuição da riqueza gerada”, explicou. “Nosso país, que é uma das 10 maiores economias do mundo e um dos maiores produtores de alimentos do mundo, e, ainda assim, convive com 33 milhões de famintos. Isso é absolutamente inaceitável. Daí a importância de transformar a condução da economia política na política econômica necessária para reverter este processo desigual.”

O presidente do Cofecon também apontou para a retomada do crescimento econômico como condição indispensável, embora não suficiente para superar os problemas brasileiros. “O que temos assistido há muitas décadas é a captura dos interesses econômicos, que são legítimos, mas acirram a desigualdade”, argumentou. “Nesta semana a Petrobrás anunciou a distribuição de 88 bilhões de reais em dividendos. Talvez seja legal, mas a pergunta é se é moral, ético ou adequado ao padrão de desenvolvimento brasileiro. Não é possível que todos paguemos um preço abusivo em combustíveis em prol de uma camada privilegiada.” Da mesma forma destacou: “o elevado ônus representado pelos elevados juros praticados, o que fará com que este ano o Estado brasileiro gastará R$ 700 bilhões para o pagamento dos encargos sobre a dívida pública. Uma enorme transferência de renda de toda a sociedade para o sistema financeiro e credores da dívida pública!”.

O palco de resolução destes problemas, na visão de Lacerda, é a política. “Mas não me refiro à política partidária, ou a política do ano de eleição, e sim à política de forma que todos nós, cidadãos e entidades representativas, nos colocamos frente aos grandes desafios estruturais”, pontuou. “Se colocarmos em risco o estado democrático de direito, a liberdade de expressão, a liberdade de cátedra e o respeito às instituições, aí vem a barbárie. A verdadeira polarização política que há no Brasil hoje é entre a civilização e a barbárie. E a civilização é maioria.”

Economia de Francisco

A Economia de Francisco é um processo de alteração da economia atual para a construir um modelo mais humano, inclusivo e preservando o meio ambiente. É inspirado na figura de São Francisco de Assis e, no Brasil em particular, em Santa Clara de Assis.

O encontro da juventude da Economia de Francisco acontecerá em Assis, na Itália, nos dias 22 a 24 de setembro, e os brasileiros terão a segunda maior delegação do evento. Desta forma, a programação realizada na PUC-SP foi preparatória para o evento com o Papa Francisco.