Laureados Nobel de Economia se posicionam contra ajuste a qualquer preço

Um conjunto de 17 profissionais laureados com o Nobel de Economia publicou uma carta aberta no início desta semana se posicionando contra o ajuste a qualquer preço  e a favor de políticas econômicas que promovam o desenvolvimento com justiça social. Essa visão é consonante com o que vem defendendo o Conselho Federal de Economia (Cofecon) nos últimos anos, por meio de notas oficiais, debates e cartas abertas à população brasileira, assim como em entrevistas, artigos e demais pronunciamentos da direção, da Comissão de Política Econômica e dos  conselheiros.

“Austericídio” é um termo econômico que traduz a aplicação de políticas econômicas que visam estritamente a contração fiscal em detrimento das políticas públicas para promover a qualidade de vida da população. O presidente do Cofecon, Antonio Corrêa de Lacerda, em seu livro “O mito da austeridade”, de 2019, argumenta que a adoção de políticas nesse sentido tem provocado malefícios à sociedade brasileira nos últimos anos. “A combinação de cortes de gastos, especialmente em investimentos e programas sociais, aliadas à prática de política monetária restritiva, o que representa contenção de crédito e juros elevados, tem significado efeitos danosos para o País”, aponta a obra.

A carta dos laureados Nobel de Economia do início desta semana ressalta a importância da nova estratégia econômica norte-americana, que vem sendo posta em prática no Governo Biden. O documento ressalta a importância do Estado como promotor do crescimento sustentável inclusivo e defende investimentos públicos em capital humano, pesquisa e educação pública como forma de reduzir os custos das famílias norte-americanas. Confira a carta na íntegra.

“Economistas de diversas correntes de pensamento em todo o mundo têm percebido que a economia não se dissocia dos aspectos políticos, culturais e sociais de um país e que, portanto, uma Economia saudável não se baseia meramente em planilhas em azul, mas que o objetivo principal dos Estados é garantir que o conjunto da sua população tenha condições justas e adequadas de vida, trabalho, moradia, alimentação, educação, saúde, cultura, lazer entre outros fatores que constituem o que chamamos de dignidade e cidadania”, justifica o presidente do Cofecon, Antonio Corrêa de Lacerda.

Outro ponto muito relevante da carta aponta para a necessidade de se construir um modelo tributário mais equitativo. Também este posicionamento tem sido uma constante nas publicações do Cofecon nos últimos anos, pela Comissão de Reforma Tributária, sendo, inclusive, um dos pilares da Campanha Pela Redução da Desigualdade Social no Brasil, iniciativa liderada pelo Fórum, do qual o Cofecon é um dos idealizadores e que conta com a participação de outras 25 instituições de todo o País.

Confira abaixo alguns dos posicionamentos do Cofecon em favor do desenvolvimento sustentável, inclusivo e com justiça social:

Carta de São Paulo – Pelo Retorno a um crescimento inclusivo (10/09/2021)

Nota do Cofecon – As políticas sociais no pós-pandemia (03/07/2021)

Nota do Cofecon – Cofecon alerta para impactos do aumento da taxa Selic (08/05/2021)

Nota do Presidente – Bem-vindos ao clube! (23/03/2021)

Nota do Cofecon – Cortes de gastos públicos resolvem todos os problemas econômicos? (20/03/2021)

Nota do Cofecon – Políticas de desenvolvimento para o Brasil (23/01/2021)

Nota do Cofecon – Para além do crescimento econômico (01/02/2020)