Artigo – Privacidade digital ou o fim da liberdade de pensamento

Segundo o Correio Braziliense de 8/4/2018, “Os ataques cibernéticos aos governos e à sociedade ocorridos nas duas últimas semanas, que afetaram pelo menos quatro gasodutos e órgãos de serviços públicos nos Estados Unidos, causam preocupação. Dados de diversas empresas de segurança cibernética, apresentados pelo engenheiro de soluções tecnológicas da Lanlink, Paulo Meireles, no evento Mind The Sec Summit 2018, edição Brasília, mostram que, em 2017, os prejuízos causados pelos hackers somaram US$ 600 bilhões para a economia global.”

No Brasil o alvo preferido do ponto de vista empresarial têm sido os bancos, não com o objetivo de roubar dinheiro “mas prejudicar a imagem das instituições ou causar incômodo aos clientes”. Segundo a Microsoft, “a partir do momento em que um hacker invade um sistema, em 48 horas ele consegue se tornar administrador do servidor e tem 97 dias para colher tudo o que quer e sair sem deixar vestígios, ou seja, ele consegue passar 97 dias infiltrado no servidor sem ser detectado”.

Em 21 de março de 2018 o governo baixou o Decreto nº 9319, que institui o Sistema Nacional para a Transformação Digital (SinDigital). Dentre os cinco eixos habilitadores consta o item c) Confiança no ambiente digital. Objetiva assegurar que o ambiente digital seja seguro, confiável, propício aos serviços e ao consumo, com respeito aos direitos do cidadão.

Por que escolhi este tema para os nossos amigos leitores? Porque os hackers há algum tempo me têm dado problemas no momento de ler os PDFs e artigos, acessar sites, fazer artigos, manipulam as telas do Word e do Excel, atacam diretamente o estabilizador pela energia, emitem e-mails para contatos que eu não acionei etc. Como disse o técnico da Microsoft, eles têm administrado totalmente o meu computador. Isso significa que a minha liberdade de pensar está sendo roubada. Eu só consigo escrever um texto quando os hackers espiões permitem. Isso é uma humilhação gratuita ao cidadão, que contraria o eixo habilitador na letra (c ) do Decreto nº9319 citado, um total desrespeito aos direitos fundamentais do cidadão.

Estudei por algum tempo o comportamento dos hackers: eles estão sempre disponíveis para o serviço sujo a qualquer hora do dia e da noite. Logo, não são cidadãos quaisquer. Eles vivem disso. Vivem para isso: confiscar o direito das pessoas de viver e trabalhar em paz. Além do computador controlam as fake news nos celulares de pessoas próximas da vítima, como se quisessem desqualificar o conteúdo do grave alerta emitido pela vítima.

Eu suspeito que esses animais estejam encastelados dentro do próprio Estado. A liberdade de pensamento ou a liberdade de expressão precedem a liberdade de votar e de ir e vir.

Carlos Magno. Economista e Escritor