Conexões e redes no estado do Ceará

O Desenvolvimento do Estado do Ceará deverá romper a barreira de, historicamente, termos aproximadamente 2% da economia e 4% da população brasileira, uma relação que deixa o cearense médio muito mais pobre do que o brasileiro médio.

Essa mudança de patamar só será possível com um grande processo de alavancagem tanto do desenvolvimento exógeno, aquele que acontece com a atração de grandes investimentos, por exemplo, como do desenvolvimento endógeno, aquele decorrente da economia local e principalmente dos pequenos negócios.

Schumpeter defendia a inovação e que ela acontecia com a apropriação pelo mercado de ideias novas, materializadas em produtos, processos e métodos que impelem o sistema econômico para níveis superiores de eficiência e de qualidade. O caráter endógeno do Desenvolvimento Territorial pressupõe a articulação dos agentes econômicos em uma rede estruturada para dinamizar a economia e facilitar o acesso aos mercados público e privado do território por suas próprias empresas e empreendedores.

A Economia das Conexões pode e deve ser o grande salto que o Estado do Ceará necessita para essa mudança de patamar no desenvolvimento. Os HUBS aéreo, marítimo e de dados representam um diferencial competitivo, porém a economia moderna nos obriga a avançar mais em conectividade e interação.

Conceitualmente, os HUBS possuem um caráter estático, pertencem aos Investimentos Fixos e de Custeio, com os seus CAPEX e OPEX. As Conexões criam o fluxo econômico de resultados, com a sua economia passando a ter outras funções econômicas na criação de valor.

As Integrações tornam mais perenes as Conexões. Podem ter um tratamento econômico de melhoria do ambiente de negócios. Os HUBs e Conexões e aproximam da definição de infraestrutura, a Integração fala da superestrutura, um processo do Novo Desenvolvimento.

O pensamento sistêmico exige um olhar para as cadeias produtivas e para maior criação de valor na integração de diversas dessas cadeias produtivas, associando-as em um mapeamento de redes identificando interconexões, essas sim, serão o grande diferencial competitivo da economia cearense.

*Lauro Chaves Neto – Professor da UECE, Conselheiro Federal de Economia e Assessor Econômico da FIEC.