XIII Eneoeste tem inscrições abertas; conheça as características das economias locais

Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Quatro unidades federativas com suas semelhanças e diferenças, e cujos economistas apresentarão nos dias 06 e 07 de julho o que a região Centro-Oeste tem a acrescentar ao desenvolvimento nacional. 

 Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Quatro unidades federativas que formam a região Centro-Oeste – que, com crescimento de 5,1%, apresentou o segundo maior resultado regional do País em 2022. Cada uma dessas unidades possui suas próprias experiências e desafios e, nos dias 06 e 07 de julho, economistas de cada uma delas discutirão temas referentes a inovação e desenvolvimento econômico sustentável. 

Sim, estamos falando do XIII Eneoeste, que terá lugar no auditório da Assembleia Legislativa de Goiás. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas clicando AQUI. 

“Temos a expectativa de ter o setor privado e as empresas participando conosco, porque a temática está vinculada ao que eles fazem no dia a dia”, comenta a presidente do Corecon-GO, Kerssia Preda Kamenach. “Mais do que a contribuição individual de cada estado participante, o principal ganho que temos nestes debates é a troca de experiências, ampliando a visão sobre o potencial econômico desta região tão importante para o País”, completa o presidente do Corecon-MT, Evaldo da silva. E, devido à proximidade geográfica, está prevista a presença de uma delegação de economistas do Distrito Federal no evento. 

Goiás é o estado geograficamente mais central do Brasil. O Mato Grosso faz parte da Amazônia Legal. O Mato Grosso do Sul está próximo a centros produtores importantes e o Distrito Federal abriga a capital federal. Cada uma destas unidades dará sua contribuição ao debate do Eneoeste, que terá um olhar direcionado para o futuro. 

A economia goiana tem base na agropecuária, comércio e indústrias de mineração, alimentícia, de confecções e madeireira. Mas onde os economistas são mais necessários em Goiás? “Em todas as áreas, tanto no setor público quanto no privado”, responde a presidente do Corecon-GO. “No setor público, falamos de criação e validação de políticas e de orçamento. No setor privado precisamos de economistas nas empresas, dando suporte ao setor produtivo tanto na área financeira quanto na de planejamento”. 

Hoje o principal desafio da economia goiana é o processo de desindustrialização. “Tínhamos um programa de incentivo fiscal que, ao longo dos anos, foi substituído por não atender de fato às expectativas, e com isso algumas indústrias começaram a sair”, comenta Kerssia. “Sabemos da importância do setor industrial no processo de desenvolvimento. O principal desafio hoje é trazer grandes empresas e indústrias para auxiliar na geração de emprego e de renda”. 

O estado do Mato Grosso teve entre 1985 e 2020 uma expansão média anual de 3,51% no PIB per capita – em grande parte, puxada pelo agronegócio. O estado é responsável por mais de um quarto da produção nacional de grãos e, em 2019, chegou à marca de 30 milhões de cabeças de gado. “Temos as particularidades do agronegócio e também um comércio muito ativo. Recentemente, Mato Grosso também tem apresentado resultados surpreendentes em termos de crescimento da indústria”, comenta o presidente do Corecon-GO, Evaldo da Silva. 

O economista demonstra preocupação com os impactos que a reforma tributária (que tramita na Câmara dos Deputados) pode ter sobre a economia do estado. “O governo de Mato Grosso alega que o projeto tem distorções que precisam ser sanadas antes da aprovação. Da forma como está, pode provocar queda de arrecadação e perda da capacidade de investimentos”, alerta Silva. “Os economistas são peça fundamental na elaboração de estudos técnicos e possíveis soluções na construção deste projeto”. 

O Mato Grosso do Sul é um dos mais jovens estados do Brasil, desmembrado do Mato Grosso e elevado à categoria de estado em 1979. A localização e a infraestrutura existente auxiliam na distribuição de produtos oriundos dos grandes centros consumidores (o estado faz divisa, a leste, com Paraná, São Paulo e Minas Gerais) para outras regiões do País. A economia é baseada na produção rural e o PIB industrial corresponde a 1,6% da indústria nacional, destacando-se a produção de papel e celulose. Além disso, a biodiversidade do estado tem impactos muito positivos no turismo. 

O Distrito Federal é a menor unidade federativa brasileira e abriga a capital da República. Possui o maior PIB per capita do País e o setor público tem um peso muito grande sobre a atividade econômica local. O setor de serviços (incluindo o comércio) é responsável por mais de 90% da renda e dos empregos dos brasilienses. “Hoje o principal desafio, no curto prazo, é a geração de empregos. O desemprego é muito mais elevado que o dos estados do Centro-Oeste e que a média do Brasil”, cita o presidente do Corecon-DF, José Luiz Pagnussat. “É urgente adotar medidas de estímulo à economia local, que está muito desaquecida”. 

O governo local tem optado por incentivar o desenvolvimento de indústrias não poluentes. Pagnussat também defende a adoção de uma estratégia de desenvolvimento para o Distrito Federal, considerando as vocações locais. “O turismo, por exemplo, a começar pelo turismo cívico, mas também como centro de referência para as grandes decisões nacionais da América Latina. A vocação nos serviços e em áreas como inovação, cultura e tecnologia”.