Lacerda comenta notícias do Jornal da Cultura

Ex-presidente do Cofecon falou sobre pacote fiscal, rombo das Lojas Americanas, cartões corporativos e inflação dos alimentos, entre outros assuntos

O conselheiro federal Antonio Corrêa de Lacerda participou do Jornal da Cultura na última sexta-feira, 13 de janeiro. Junto à jornalista Patrícia Campos Mello, Lacerda comentou as notícias exibidas no telejornal apresentado por Karyn Bravo.

A reação do mercado ao pacote fiscal anunciado pelo ministro Fernando Haddad foi um dos temas comentados pelo conselheiro. “Normalmente, quando se faz um pacote, já se leva em conta que haverá resistência, não só da sociedade e dos agentes econômicos, como no próprio Congresso”, apontou. “O que é importante neste quadro? A sinalização. O governo que assumiu há duas semanas coloca como objetivo o equilíbrio fiscal, o que é muito positivo, mesmo com dificuldade em se obter o máximo a ser atingido. Por isso o pacote tem sido muito bem recebido”.

O rombo de 20 bilhões de reais descoberto nas Lojas Americanas também foi comentado por Lacerda. “Há perguntas sem resposta. Primeiro, que tipo de artimanha contábil, se é que foi utilizada, gerou esse passivo de 20 bilhões de reais? Segundo, qual foi a postura das empresas de auditoria? Terceiro, qual o padrão de comportamento dos controladores? Houve um momento em que a ação subiu, logo após a eleição do CEO, em agosto”, questionou Lacerda. “Criou-se um ambiente, houve uma valorização incomum das ações naquele período. Foi um movimento provado? Houve venda de ações por parte dos controladores quando elas estavam em alta? A Comissão de Valores Mobiliários precisará investigar”.

Os gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro com cartões corporativos foram objeto de uma matéria veiculada no telejornal. “É fundamental estabelecer padrões e parâmetros para o uso deste sistema de pagamento. O problema não é o sistema em si, as empresas também usam cartões corporativos, mas para as finalidades da empresa”, avaliou Lacerda. “No caso público se torna mais relevante, porque as atividades têm que estar relacionadas com o interesse da sociedade. O problema está no uso dos recursos públicos para fins privados”.

A inflação dos alimentos deverá ser menor em 2023 do que foi nos anos anteriores. O ex-presidente do Cofecon analisou dois aspectos da notícia. “Somos um país muito desigual. Produzimos, mas não conseguimos distribuir. Produzimos majoritariamente para a exportação. Como o governo está tratando disso? Há o Ministério da Agricultura, que vai tratar do agronegócio, e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que vai tratar, em tese, do abastecimento”, mencionou. “Vou lembrar uma obviedade: inflação em queda não é preço em queda. Se a inflação em 2021 foi de 10% e no ano que passou foi de 6% ou um pouco menos, significa que nosso bolso está sendo onerado em 10, mais 6, mais 4 ou 5%. Tudo isso acumulado, porque os preços não voltam. Inflação menor significa que os preços estão subindo menos, mas continuam subindo”.

A edição de 13 de janeiro do Jornal da Cultura, com a participação do conselheiro federal e ex-presidente do Cofecon Antonio Corrêa de Lacerda, pode ser assistida clicando AQUI.