2023: planejamento e incerteza

Artigo de Lauro Chaves Neto* publicado no jornal O Povo 

Os pequenos negócios devem ficar preparados para um 2023 com instabilidades, internacional e nacional, com expectativa de inflação ascendente e crescimento do PIB em queda em relação à 2022.

A equipe do novo governo tem sinalizado uma desejável, porém improvável, forte queda na taxa básica de juros, a SELIC, o que geraria novas oportunidades de acesso ao crédito com um menor custo efetivo; já o câmbio superior a R$5,00 além de criar uma barreira para os importados, cria um ambiente favorável para a expansão das exportações.

Quanto mais organizada for a gestão empresarial, maiores as chances não só de se obter o crédito como também a probabilidade do correto uso dos recursos no financiamento da atividade e da expansão da empresa.

Grande parte dos empreendedores continua sem usar controles gerenciais, financeiros, comerciais etc. O mais indicado seria implantar um software ou app de gestão integrada e nele registrar todas as operações realizadas, assim gerar relatórios confiáveis de fluxo de caixa, custos, vendas, produtividade, entre outros.

O crédito poderá ter origem no tradicional sistema financeiro ou nas fintechs e cooperativas..

Outra informação relevante para a tomada de decisão é se os recursos serão usados para capital de giro ou para investimentos, as condições de carência, custo efetivo e prazos são muito diferentes e precisam sempre ser analisadas em relação ao ciclo econômico e financeiro específico de cada empresa.

O início do ano é quando se concentram a maior parte das iniciativas de Planejamento Estratégico e Financeiro das organizações. As regras básicas são por um lado que o planejamento seja participativo envolvendo todas as áreas da empresa e por outro lado que sejam elaborados três cenários: otimista realista e pessimista.

Cada vez mais tem sido reforçada a importância da inteligência emocional, economia comportamental e cultura empresarial em criar conexões e laços afetivos com os seus clientes, em um crescente processo de fidelização.

É nesse ponto onde o pequeno consegue competir com vantagem competitiva em relação às grandes corporações.

*Lauro Chaves Neto é economista, PhD em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e assessor econômico da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).