Compra consciente e planejada é o caminho para evitar dívidas

“O desafio é comprar sem se desorganizar, ficar longe de ofertas disfarçadas de golpe e usar o cartão de crédito com cautela.” Essas são as principais dicas que a conselheira do Cofecon Ana Claudia Arruda deu aos consumidores durante a Black Friday em entrevista à rádio CBN Recife. 

A Black Friday é o dia que inaugura a temporada de compras natalinas com promoções em diversas lojas, após o Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Ana Claudia reforçou que neste período é preciso comparar preços e levantar necessidades para não comprar inconscientemente. 

“É preciso comprar com responsabilidade pensando que a conta vai chegar lá na frente. As compras por impulso chegam para o cartão de crédito. Quando você paga na data correta, é muito bom, mas se atrasa, as taxas de juros são absurdas”, ressaltou.  

A economista reforçou que os gastos com cartão não devem ultrapassar 30% da renda mensal para se ter uma boa organização financeira. O segredo, segundo Ana Claudia, é ter consumo consciente. “Temos que ter o dinheiro suficiente para cobrir os custos das dívidas, saber usar o cartão com sabedoria e saber que os juros quando você não consegue pagar são muito altos”, relembrou. “A gente tem que praticar isso e a nossa sociedade tem que partir para isso.” 

Data movimenta o e-commerce 

Segundo levantamento da Sociedade Brasileira do Varejo e Consumo, 82% das pessoas pretendiam antecipar as compras de final de ano na Black Friday. As compras também movimentam o comércio on-line devido à praticidade de não ter que se deslocar para ir às compras. Ana Claudia pondera que o país “tem um comércio muito intenso no e-commerce”.  

A Copa do Mundo do Catar também proporciona uma maior venda de produtos. Segundo a conselheira, “esse clima impulsiona muito” o comércio. “As vendas de TV e telões aumentaram, com preços menores, e continuam com preços mais baixos para as pessoas que querem assistir aos jogos”, afirmou.  

Estoques baixos 

A piora nas condições econômicas do país, com a alta na inflação, provocou uma consequência nas empresas: os estoques baixos. “Algumas empresas não ofertaram condições melhores aos consumidores, não conseguiram dar conta, em função das condições de crédito e problemas de taxa de juros”, explicou Ana Claudia. “O aumento das despesas levou aos estoques baixos.” 

A conselheira reafirma, portanto, que esse é o momento de revisão do que vamos enfrentar daqui pra frente na economia e do processo de consumo: “é preciso comprar de maneira consciente e ter cuidado com as ofertas muitas vezes disfarçadas de golpe”. 

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