Economistas analisam prioridades para o próximo governo

A TV Correio, afiliada da rede Record na Paraíba, levou ao ar na última sexta-feira (04) uma matéria na qual foram ouvidos os economistas que participavam do XXVII Simpósio Nacional dos Conselhos de Economia (Since), realizado de 02 a 04 de novembro em João Pessoa. A reportagem destacou que, no evento, seria divulgada uma carta com propostas para a economia, a ser encaminhada ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

A conselheira federal Ana Claudia Arruda falou à TV Correio sobre o momento complexo e desafiador que a economia brasileira atravessa e destacou a necessidade de uma reforma tributária que altere o modelo de tributação. “Ela é crucial para o crescimento econômico, hoje temos um sistema tributário perverso, que tributa o pobre, uma tributação indireta que recai sobretudo sobre as faixas menos favorecidas, e esta reforma é, portanto, uma questão central”, comentou.

“Não pode ser qualquer reforma tributária”, destacou o conselheiro Róridan Penido Duarte. “Nos últimos governos sempre se coloca uma proposta, quase que virou um mantra da sociedade na área econômica, de se ter uma reforma tributária. Entendemos que tem que ser uma reforma que modifique o perfil de arrecadação do Estado brasileiro, que taxe de fato quem pode pagar mais, que foque mais na taxação de renda e patrimônio e menos na taxação do consumo, até para estimular a economia, liberando setores da taxação da economia popular, setores que são muito focados no consumo da população, então não pode ser qualquer reforma tributária”.

Para Carlos Pinkusfeld Bastos, economista responsável pela palestra magna do XXVII Since, o evento permitiu discutir muitos temas que não foram adequadamente tratados durante a campanha eleitoral. “Temos que discutir. Afinal de contas, estamos abrindo um novo momento histórico e, se não começarmos a discutir profundamente as questões que dizem respeito à economia e ao desenvolvimento, vamos perder uma oportunidade de melhorar uma situação que não está tão boa assim”, pontuou Bastos.

“É um processo que gera uma grande expectativa na população e nós, economistas, procuramos nos engajar neste projeto contribuindo com medidas que possam ser adotadas pelo governo para que esta expectativa da sociedade se reflita em medidas concretas, tanto na área econômica quanto na área social”, ressaltou Róridan.

O conselheiro federal Júlio Miragaya abordou a questão dos investimentos, que são a parte mais sacrificada no gasto público devido à adoção do teto de gastos: “O Estado brasileiro perdeu essa capacidade de investimento por conta de outras limitações, os gastos com juros da dívida pública, que este ano vai a 700 bilhões de reais, e outros que poderíamos elencar aqui”, criticou. “O que se trata agora é de recuperar essa capacidade de investimento do Estado, não só o governo federal, como os governos estaduais, para que efetivamente o país possa dispor de uma infraestrutura suficiente para alavancar o crescimento econômico”.

O presidente do Corecon-PB, Francisco Nunes, fez uma avaliação do que espera para a economia no próximo ano. “Eu diria que a economia não vai parar de crescer, nós temos toda uma ambiência favorável, tanto na questão do agronegócio, os presidentes dos países que são os principais mercados brasileiros para exportação, tanto dos EUA como da China, para exemplificar com estes dois, deram depoimentos de que estão contentes com a nova gestão brasileira, isso é um sinal positivo”, refletiu Nunes. “No geral, ainda teremos algumas situações de crise, mas haveremos de ter, sim, um ano de 2023 e seguintes onde a economia retoma o ritmo de crescimento para o bem do povo brasileiro”.

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