Lacerda defende combinação entre Estado e iniciativa privada para crescimento da economia

Nesta quarta-feira, 6 de julho, o presidente do Cofecon, Antonio Corrêa de Lacerda, concedeu entrevista ao canal no YouTube Faixa Livre. O presidente da entidade discutiu sobre o panorama atual da política adotada pelo governo, as consequências da crise, além da alta dos juros.

Segundo Lacerda, o ministro Paulo Guedes e a equipe do ministério colocam um peso excessivo na participação do setor privado. “É a combinação do Estado com a iniciativa privada que consegue conduzir a política econômica para que gere emprego, renda e possa ser bem sucedida”, explica. “A ênfase excessiva no ‘mercado como única solução’ não tem funcionado no Brasil.”

O presidente do Cofecon ainda ressaltou que, antes da pandemia, a economia brasileira vinha crescendo pouco. A consequência, hoje, é que o país tem um quarto da população economicamente ativa fora do mercado. “A inflação pega a população de baixa renda, pois os itens que sobem pesam muito no orçamento (energia, gás, combustível e alimentos)”, acrescenta.

Prioridades do governo

O governo federal tenta apostar na alta dos juros para combater a inflação. Porém, para Lacerda, as prioridades deveriam ser mudar os gestores de políticas econômicas e criar melhores condições para a população. “Cada desempregado a mais é um consumidor a menos. Se não houver consumo, a economia não gira”, resume.

Uma estratégia para conter a crise seria o aumento do investimento público para gerar emprego. Com o teto de gastos, entretanto, isso não é possível. A Emenda Constitucional 95, que trata do assunto, limita o investimento público. Por isso, investimentos externos têm um papel estratégico para complementar os privados e públicos, mas sozinhos não alavancam a economia.

Período eleitoral

A poucos meses das eleições, Lacerda foi questionado sobre a Proposta de Emenda Complementar (PEC) 01/2022, apelidada de PEC Kamikaze, em tramitação na Câmara dos Deputados. Ela libera bilhões de reais em recursos para a população mais pobre. “São ações meramente eleitoreiras que geram desequilíbrio e não resolvem o problema central”, aponta o presidente do Cofecon.

Por fim, Lacerda destaca que a sociedade deve se informar sobre cada proposta dos candidatos, principalmente pela falta de discussão acerca de projetos que envolvam economia. “As pessoas precisam estar atentas, porque escolhem o candidato pensando na notoriedade, mas devem avaliar a atuação independe do que o candidato fez antes, e sobretudo o que ele faz e vai fazer”, finalizou.

Para conferir a entrevista completa, acesse o vídeo abaixo: