Gustavo Pessoti: “Governo não conseguiu um arranjo macroeconômico que nos aproxime do PIB potencial”

O conselheiro federal Gustavo Casseb Pessoti falou à Rádio Metrópole, de Salvador/BA, sobre o desempenho da economia brasileira. Na visão do economista, não se pode culpar a pandemia de Covid-19 pelo baixo crescimento que o Brasil tem experimentado.

“A pandemia trouxe consequências evidentes, desaquecimento, desemprego, aumento do desalento, claro que sim”, comentou Pessoti. “Mas quando se traça o cenário 2018, 2019, 2020, 2021, não há nenhuma inovação econômica, tomando 2018 como referência, que nos permita dizer que passada a pandemia, teremos uma retomada consistente de crescimento econômico. Em 2022 e 2023 teremos baixo crescimento e desemprego alto. É uma notícia desagradável”.

“Acreditou-se em um novo projeto, uma proposta mais liberal, que defendia uma série de reformas estruturais. A instabilidade trazida pelo governo é muito maior do que os avanços. Praticamente não houve avanços”, avaliou o economista. “Se você pegar todos os indicadores, em nenhum dos indicadores, o Brasil tem destaque. O Brasil não melhorou sua competitividade, não se tornou um país mais eficiente do ponto de vista do ambiente de negócios. Não baixou a carga tributária. Não realizou o programa de privatizações que pretendia”, acrescentou.

A inflação e os juros também foram abordados por Pessoti. “O governo não tem conseguido combater a inflação porque tem usado o instrumento de política monetária equivocado”, argumentou. “Não se aumenta taxa de juros quando a causa da inflação é o aumento de custos. Há uma ortodoxia na política monetária do país, uma incapacidade de fazer com que os preços baixem, o desemprego está muito alto. O governo não conseguiu um arranjo macroeconômico que nos aproxime do PIB potencial”.

Gustavo Casseb Pessoti, além de conselheiro federal, é também presidente do Corecon-BA. A entrevista pode ser assistida no vídeo abaixo: