Ana Claudia Arruda, sobre juros altos: “Quem paga a conta somos nós, trabalhadores”

A conselheira federal Ana Claudia Arruda Laprovitera falou ao canal Headline Brasil sobre a elevação da taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Em sua fala, a conselheira questionou a origem do quadro inflacionário que vivemos e quem são os beneficiários da medida tomada pelo Banco Central.

“O Brasil tem sido marcado por uma tradição de cultura de combate à inflação via juros altos. Sempre que os condutores da política econômica diagnosticam a inflação, chegam à conclusão de que a inflação é provocada pelo excesso de demanda”, comentou a conselheira. “Hoje nós temos um quadro inflacionário que é provocado claramente por uma inflação de custos”.

A inflação que vivemos no Brasil tem origem em duas palavras que começam com a letra C, segundo a economista: combustíveis e comida. “E tem afetado quem? Os mais pobres. E a taxa de juros afeta quem? As famílias que estão endividadas. Já a taxa de juros a 12,75% alimenta quem? Os detentores da dívida pública”, criticou Ana Claudia. “Eles vão enriquecer cada vez mais, empobrecendo o Estado brasileiro, que terá que pagar juros. Em última instância, quem paga somos nós, trabalhadores. Para as famílias mais pobres, temos um aprofundamento do processo de precarização e desemprego”.

Os juros altos, explicou Ana Claudia, afetam a produção. “Essas taxas de juros podem acelerar a falência e quebra das empresas. É impossível o empresário conviver com a taxa de juros de 12,75%, com tendência de alta”, argumentou a economista. “Como o empresário pode produzir e contratar com taxas de juros neste patamar? Ele vai preferir pegar o dinheiro e colocar no mercado financeiro. Ele estará muito mais tranquilo, em relação a resultado financeiros, do que contratando mão de obra, investindo em máquinas e equipamentos”.

A fala da conselheira Ana Claudia Arruda Laprovitera pode ser assistida no canal do Headline Brasil no YouTube, no vídeo abaixo: