Guerra, interdependência e quebra nas cadeias produtivas causam insegurança, diz Lacerda

Um dos assuntos abordados pelo presidente do Cofecon, Antonio Corrêa de Lacerda, na sua participação no Jornal da Cultura, ocorrida na última quarta-feira (27), foi a dependência que a Europa possui em relação ao petróleo e gás russos. Nesta semana, a Rússia anunciou a suspensão do fornecimento de gás para a Polônia e a Bulgária, alegando que os países se negaram a pagar em rublos pelo produto.

“Existe a interdependência que foi criada com a globalização da economia. Lembrando historicamente, os anos 90 marcaram o retorno do liberalismo com a seguinte premissa: não é preciso produzir tudo, você pode se abastecer comprando do outro e se concentrar naquilo que você faz melhor”, comentou Lacerda.

O presidente do Cofecon caracterizou esta guerra como algo diferente das anteriores, como uma guerra tecnológica, econômica, comercial e financeira. “O que ela está trazendo é que o aumento brutal da interdependência que há entre os países torna a insegurança alimentar, energética e de matérias primas algo insolúvel no curto prazo, porque não é possível resgatar rapidamente as cadeias produtivas locais”, analisou Lacerda.

A interdependência e a quebra das cadeias internacionais de produção acabam produzindo muita insegurança no fornecimento de vários insumos. “Quem tem doenças crônicas, no Brasil, sente isso na pele: procura medicamentos para pressão alta e diabetes, entre outras doenças, e não consegue comprar aqui porque o princípio ativo vem de um país que está sendo afetado indiretamente pela guerra”, exemplificou o presidente do Cofecon. “O exemplo da energia na Europa é claríssimo. A dependência do continente europeu com relação à energia russa é brutal e causa uma insegurança muito grande”.

O comentário pode ser assistido no vídeo abaixo: