Paulo Sandroni receberá prêmio Personalidade Econômica do Ano

O economista Paulo Sandroni será premiado no mês de setembro, por ocasião do XXVII Simpósio Nacional dos Conselhos de Economia, em João Pessoa, com o título de Personalidade Econômica do Ano 2019. A honraria, entregue desde 2004 pelo Conselho Federal de Economia, reconhece profissionais cuja trajetória engrandeceu a profissão e a ciência econômica.

Nascido em 1939, Sandroni graduou-se pela FEA/USP em 1964 e é mestre em Economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP). Entre 1965 e 1969, foi professor da Faculdade de Economia da PUC-SP e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro. No início dos anos 1970, trabalhou na Universidade do Chile e na Universidade de Los Andes, em Bogotá.

Sandroni foi responsável pela análise do modelo econômico e financeiro do projeto de desenvolvimento urbano Recife-Olinda, e pelo Plano Financeiro de Revitalização e Recuperação do CAS (Centro Antigo e Histórico de Salvador), Bahia. Participou do Projeto de Operação Urbana no Aeroporto Internacional de Viracopos para o Município de Campinas (2011) e realizou o planejamento do descarte final de resíduos domésticos e de construção em Salvador (Bahia, Brasil), utilizando o conceito de Zero Resíduos (2011).

No exterior, foi consultor do Plano Abrangente para o Desenvolvimento das Cidades Sagradas de Meca e Medina, na Arábia Saudita; desenvolveu o plano de reconstrução para Porto Príncipe – Haiti; analisou a possibilidade de Cepacs (certificados ou Potencial Adicional de Construção) na Operação Urbana de Ciudadela Gonzalo Vallejo Restrepo e na Quebrada Egoyá, na Colômbia, e na Câmara Argentina da Construção (Câmara Argentina de Construção), em Buenos Aires; além disso, desenvolveu um trabalho com a Universidade Autônoma do México (UNAM) para analisar as bases institucionais do desenvolvimento urbano, realizando um comparativo com o Brasil.

Sandroni também é autor ou organizador de diversos livros, entre eles “Questão Agrária e Campesinato: a funcionalidade da pequena produção mercantil”; “Introdução à Economia: Mercantilistas, Smith, Ricardo e Marx em sala de aula”; e “Balanço de Pagamentos e Dívida Externa”. Nos anos 80, participou da equipe editorial da coleção Os Economistas, da Abril Cultural, para a qual traduziu o livro Princípios de Economia Política e Tributação, de David Ricardo; foi consultor do Dicionário de Economia, livro que reuniu cerca de 1500 conceitos de economia e cujo público-alvo era o leitor da mesma coleção.

O Dicionário foi revisado ainda na década de 1980 e, em 1994, foi lançado o Novo Dicionário de Economia, ampliando o número de verbetes com conceitos teóricos e incorporando elementos da área de estatística. Além disso, ao explicar o Plano Collor, foram introduzidos termos da política monetária e fiscal. A obra ganhou no ano seguinte o Prêmio Jabuti na área de Economia, Administração e Negócios. Em 1999 foram acrescentados mais de 1500 novos verbetes relacionados às mudanças na economia brasileira após o Plano Real, às crises no sudeste asiático, aos ataques especulativos, às análises de risco e à criação do Euro, sendo lançado o Novíssimo Dicionário de Economia, que também ganhou o Prêmio Jabuti no ano seguinte.

Sandroni é o idealizador da Gincana Nacional de Economia, cujo conceito teve início no jogo eletrônico Brincando de Ministro. Nela o participante toma decisões macroeconômicas para atingir os objetivos propostos e evitar situações negativas na economia do país.

Atualmente é professor da Escola de Administração de Empresas , da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e da Faculdade de Economia e Administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É fellow do Lincoln Institute of Land Policy, um think tank de Cambridge (Massachusetts) que se dedica a questões relacionadas com a tributação, uso e regulação do solo.