Corecon-PR promoveu evento para discutir a conjuntura econômica e perspectivas para 2019

O Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR) realizou, no dia 28 de novembro, o evento “Discutindo Economia: Perspectivas para 2019”, que reuniu entidades representantes dos principais setores econômicos do estado. Antes de abordarem as perspectivas para 2019 e até para 2020, os economistas participantes comentaram um pouco sobre os principais aspectos da economia brasileira e paranaense em 2018. O debate foi mediado pelo vice-presidente do CORECONPR, economista Carlos Magno Bittencourt.

Lucas Dezordi, economista do CORECONPR, destacou que a maior preocupação macroeconômica fica por conta do desemprego elevado, resultado da recessão econômica. Quase 12% da população, cerca de 13 milhões de pessoas, continuam sem emprego. “Esse cenário traz um diagnóstico para nossa economia, temos problema de insuficiência de demanda agregada (doméstica e externa)”, esclareceu o economista. Dezordi também observou que a recuperação brasileira será lenta e o país deve crescer 2,5% em 2019. “Em 2018 esse índice não passa de 1,5%. O que coopera para essa lentidão, além do alto desemprego, é o fato de não termos condições de fazer um deficit cíclico público”, opinou.

Empregos

Se o cenário é mais promissor para diversos setores da Economia, no Mercado de Trabalho ele ainda é negativo, segundo o economista Fabiano Camargo, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo o especialista afirmou, houve de fato uma pequena redução do desemprego, mas deve-se, em grande parte, ao avanço dos trabalhos informais, sem carteira assinada. “Houve um avanço das ocupações precárias, da população fora da força de trabalho, ou seja, daquelas pessoas que desistiram de procurar emprego”. A flexibilização das leis trabalhistas ajudou a precarizar ainda mais o mercado de trabalho, de acordo com Fabiano Camargo.

Indústria

O ano de 2019 será, para a indústria do Paraná, um momento de recuperação, segundo Roberto Zürcher, economista da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP). De acordo com Roberto, deve haver uma recuperação mais consistente do que a ocorrida em 2018 a ser expandida para outros setores industriais que não começaram a se levantar ainda. “O crescimento mundial foi de 15,7% nos últimos 15 anos enquanto nós caímos 4,5%. Precisamos corrigir nosso erro e seguir em frente. O Brasil tem todas as condições para ser o melhor país do mundo”, disse o economista.

Comércio

O coordenador do Conselho de Economia da Associação Comercial do Paraná (ACP), Antoninho Caron, defendeu uma economia criativa. Ele destacou que os consumidores estão mais conscientes e querem consumir sem endividamento. Segundo Antoninho Caron, pesquisas da ACP indicam que o 13º salário será usado para pagar contas passadas e equilibrar e economia doméstica. “Somente depois será feita a reprogramação para novos consumos. O consumidor também quer pagar em parcelas menores e com menos juros. Quer que seu dinheiro seja mais produtivo”, observou.

Agricultura

Economistas apontaram boas notícias referentes ao setor agrícola. Apesar da perda com o milho safrinha em 2018, o que já era prevista em função do fenômeno La Niña, para 2019 a safra deve ser cheia, especialmente devido ao El Niño. Haverá um crescimento de 2,5% a 4,5%, respectivamente, em relação à safra anterior. O Paraná continua mantendo as primeiras posições no ranking nacional em trigo, feijão, cevada, e segundo lugar em soja e milho. A produção agrícola no Estado deve crescer em torno de 6% a 7% na área de grãos, gerando em torno de 37 milhões de toneladas.

Sobe e Desce

Daniel Nojima, economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), destacou o sobe e desce na escala de crescimento da economia paranaense. Ele lembrou que o estado encerrou 2017 com um crescimento de 2,5% enquanto o último semestre deste ano apresentou queda de 0,4%. “Várias situações cooperaram para esse efeito negativo. A queda da indústria, greve dos caminhoneiros, e problemas com o complexo carnes, devido à Operação Carne Fraca, a baixa da safra de grãos, entre outros. No entanto, o índice de inadimplência começa a diminuir e o setor de serviços está se recuperando”, enfatizou.

Cenário Positivo

Assim como os demais economistas o presidente do CORECONPR, Celso Bernardo afirmou que está otimista em relação à economia brasileira e paranaense. Ele acredita que a indústria e o comércio vão melhorar, trazendo um cenário mais positivo para o setor do emprego. Defendeu também a forte participação da sociedade organizada para acompanhar os gastos do Governo, inclusive com a Previdência Social.