Artigo – Mídia e Pluralidade

No último sábado, em convenção partidária, fui eleito candidato do PT ao Governo do Distrito Federal nas eleições marcadas para 7 de outubro, razão pela qual, até o encerramento do processo eleitoral, em 28 de outubro, deixarei de escrever essa coluna que mantenho no estimado JBr há seis anos. Neste período serei substituído pelo economista Roberto Piscitelli, professor da UnB, que por diversas vezes presidiu o Conselho Regional de Economia (Corecon/DF), ex-conselheiro federal e um dos mais brilhantes e prestigiados economistas de nossa cidade.

Registro meus agradecimentos ao JBr pela oportunidade de expressar minhas opiniões sobre a situação e os rumos da economia nacional e do Distrito Federal. Num período em que o país vive um momento de extrema intolerância política, em que as opiniões divergentes são imediatamente atacadas antes de serem sequer conhecidas, devemos saudar a postura do Jornal ao expressar nas suas páginas as opiniões dos diversos segmentos que formam a sociedade brasileira.

Há pouco mais de 50 anos o Brasil foi sufocado por um regime ditatorial que punia com prisão, tortura e morte aqueles que pensavam diferente e que lutavam por democracia e justiça social. O espectro da intolerância volta a rondar o país e não podemos aceitar o retorno daquele período, notabilizado na genialidade de Chico Buarque como “página infeliz de nossa história”.

Me despeço temporariamente dos leitores do JBr com os votos de que a economia brasileira retome sua trajetória de crescimento, não a qualquer preço, mas com inclusão social e melhor distribuição da renda e da riqueza, de forma que garanta a qualidade de vida mínima a todos os brasileiros. E que o mesmo ocorra aqui em nossa querida cidade, infelizmente marcada por uma extrema desigualdade social e espacial, onde alguns bairros apresentam indicadores sociais superiores aos observados na Suécia, e outros, inferiores aos de Botsuana.

Júlio Miragaya, vice-presidente da Associação dos Economistas

da América Latina e do Caribe