Artigo – TaguaCei

Com menos de seis décadas de existência, Brasília se tornou o terceiro município mais populoso do País (3,05 milhões de habitantes) e a quarta maior área metropolitana (4,3 milhões). Tendo o setor público como motor de sua expansão econômica, tornou-se também a unidade federativa com maior PIB per capita e a de maior renda domiciliar per capita.

Mas esse mesmo setor público, que responde por cerca de 55% da massa de rendimentos de sua população e representa quase 50% de seu orçamento, dá mostras de que atingiu seu limite. Há 17 anos o Instituto Brasiliense de Estudos da Economia Regional (IBRASE), órgão de pesquisas ligado ao CORECON/DF, vem alertando para a necessidade de Brasília reduzir sua dependência do setor público e diversificar sua estrutura econômica, sob pena de colapso econômico e social. Este momento, infelizmente, chegou. A crise fiscal do Estado brasileiro retirou de Brasília seu maior fator de dinamismo.

Mas Brasília não é somente setor público. Se ele é amplamente dominante no Plano Piloto e nas áreas imediatamente adjacentes, nas regiões administrativas mais periféricas é a economia privada que desponta como a mais relevante. É o caso da porção oeste do quadrilátero, tendo Taguatinga como principal polo, secundada por Ceilândia.

Nas oito regiões administrativas da região (Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas, Riacho Fundo II, Brazlândia, Águas Claras e Vicente Pires) residem 1,47 milhão de pessoas (48% do total do DF), e se somarmos os cinco municípios goianos sob sua influência, a população da região sobe a 1,82 milhão. Já a massa de rendimentos de sua população alcança R$ 35 bilhões (1/3 do DF). Não por acaso, operam na região mais de 100 mil empresas dos mais diversos portes, nada menos que 40% das empresas brasilienses.

Nesse 5 de outubro, Dia da Micro e Pequena Empresa, é mais que merecido parabenizar o SEBRAE/DF pela abertura de sua nova agência em Taguatinga/Ceilândia, região onde pulsa o coração da economia de Brasília.

Júlio Miragaya, presidente do IBRASE e do Conselho Federal de Economia