Mercado espera manutenção da taxa de juros; Cofecon defende queda

Na semana em que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reunirá para definir o futuro da taxa básica de juros, o mercado aposta em sua manutenção no patamar de 14,25% ao ano. A expectativa foi divulgada hoje pelo BC em sua pesquisa semanal, o boletim Focus. Se por um lado o Banco Central pode não alterar os juros nesta semana, por outro a previsão é de que a Selic caia um ponto percentual ainda neste ano, chegando a 13,25%.

Entre as expectativas de inflação, o mercado reviu para baixo suas previsões. O índice esperado para abril é de 0,53%, contra 0,59% há uma semana e 0,71% em abril de 2015, reduzindo o IPCA acumulado em 12 meses. Para o ano de 2016, a previsão é de uma inflação de 6,98%, ainda acima do teto da meta, mas em trajetória de aproximação.

O mercado também demonstra mais otimismo com o superávit comercial do país, cuja projeção agora é de US$ 48 bilhões (contra US$ 45,51 na última semana).

Mas se estas previsões apresentaram melhorara, o mesmo não acontece com relação ao PIB. Depois da previsão de queda de 3,8% divulgada na semana passada, a estimativa nesta semana passou a ser de 3,88% de queda. Quanto à dívida líquida do setor público, o mercado espera que ela termine o ano em 41,8% do PIB – 0,4 ponto percentual acima da última semana.

Cofecon pede queda nos juros

O Cofecon vem, há algum tempo, clamando pela redução da taxa básica de juros. Na 670ª Sessão Plenária da autarquia, realizada nos dias 08 e 09 de abril, foi divulgada uma nota técnica defendendo esta posição. “O País não enfrenta um problema de inflação de demanda, o que torna ineficiente uma política monetária de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamar tão elevado (14,25% ao ano) porque impõe custos excessivos à sociedade”, expressou o Conselho.

Já naquela ocasião, o Cofecon apontava para a expectativa de uma inflação de 6,48 na inflação dos próximos 12 meses – índice ainda muito acima do centro da meta, mas já abaixo do teto. O mercado revisou este indicador para 6,20%, o que mostra uma clara trajetória de queda e reforça a posição do Conselho: “O Copom tem a oportunidade de, reconhecendo que o ambiente recessivo inibe novos aumentos de preços e as causas da inflação de 2015 estão se dissipando, fazendo com que a taxa de inflação encaminhe-se para o intervalo da meta, promover a imediata redução da Selic, que teria efeito positivo sobre as expectativas dos agentes econômicos e contribuiria para reverter o grave quadro econômico atual, evitando que novos brasileiros se incorporem às filas de desempregados”.