Alimentação e transportes puxam alta do IPCA em janeiro: 1,27%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro apresentou variação de 1,27% e ficou 0,31 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,96% registrada no mês de dezembro. Trata-se da taxa mensal mais alta para o mês de janeiro desde 2003, quando atingiu 2,25%. Com isto, a taxa dos últimos 12 meses ficou em 10,71%, acima dos 10,67% dos 12 meses imediatamente anteriores, constituindo-se no resultado mais elevado desde novembro de 2003 (11,02%). Em janeiro de 2015, a taxa foi 1,24%.
Alimentação e Bebidas, com alta de 2,28%, e Transportes, com 1,77%, grupos de maior peso na despesa das famílias, foram responsáveis pela maior parte do resultado do IPCA do mês. Juntos, os alimentos, contribuindo com 0,57 p.p., e os transportes, com 0,33 p.p., tiveram contribuição de 0,90 p.p., detendo 71% do índice.
Desde dezembro de 2002, quando o grupo Alimentação e Bebidas atingiu 3,91%, não havia registro de taxa mais elevada do que os 2,28% deste mês. Considerando os últimos doze meses, os preços dos alimentos registram aumento de 12,90%. No mês, na região metropolitana de Vitória e de Salvador e em Goiânia, o aumento dos alimentos chegou a 3,66%, 3,60% e 3,22%, respectivamente. A região de Porto Alegre ficou com a alta mais moderada, 1,20%.
Enquanto os produtos comprados para consumo em casa aumentaram 2,89%, a alimentação fora de casa subiu 1,12%. Vários alimentos mostraram crescimento de preços de dezembro para janeiro, sendo que alguns aumentos foram expressivos, como a cenoura (32,64%), o tomate (27,27%), a cebola (22,05%) e a batata-inglesa (14,78%).
No grupo Transportes, a alta de 1,77% foi puxada pelo transporte público, que subiu 3,84%, e pelos combustíveis, com 2,11%. A liderança na relação das principais contribuições individuais no IPCA do mês ficou com o item ônibus urbanos, com 0,14 p.p., seguido pelos combustíveis, com 0,11 p.p.
As tarifas dos ônibus urbanos aumentaram 5,61%, tendo em vista a concentração de reajustes em 6 das 13 regiões pesquisadas. As tarifas dos ônibus intermunicipais também subiram, em 6,14%, refletindo reajustes em 5 regiões. No item táxi, cuja variação ficou em 4,00%, também ocorreram reajustes em 5 regiões.
Além disso, trem e metrô ficaram com 4,19% e 4,27%, respectivamente, em vista do reajuste de 8,57% ocorrido em 09 de janeiro na região metropolitana de São Paulo. Nos ônibus interestaduais, as tarifas subiram 1,22% com as variações apropriadas nas regiões de São Paulo (4,63%) e em Goiânia (2,56%).
Por outro lado, em contraposição às altas do transporte público, as passagens aéreas apresentaram queda de 6,13% e, com -0,03 p.p., constituíram-se na principal contribuição individual para baixo na formação do IPCA do mês.
Quanto aos combustíveis (2,11%), foi registrado aumento médio de 1,88% no litro da gasolina, que chegou a ficar 8,01% mais caro na região metropolitana de Porto Alegre. No etanol, o aumento médio foi de 3,47%, também apresentando a maior elevação em Porto Alegre, com 9,60%.
No grupo, além do transporte público e dos combustíveis, sobressai o item conserto de automóvel, que aumentou 1,77%.
Nos demais grupos, cujas variações situaram-se entre -0,24%, no Vestuário, e 1,19% nas Despesas Pessoais, os principais destaques foram:
Excursão – 6,98%
Cigarro – 3,81%
TV, Som e Informática – 2,12%
Artigos de limpeza – 1,86%
Serviços laboratoriais e hospitalares – 1,83%
Energia elétrica – 1,61%
Serviços médicos e dentários – 1,60%
Plano de saúde – 1,06%
Taxa de água e esgoto – 0,94%
Empregado doméstico – 0,77%
Aluguel residencial – 0,55%
Na energia elétrica, a alta foi de 1,61% por influência de aumentos ocorridos nos impostos, especialmente nas contas da região metropolitana de Porto Alegre, que ficaram mais caras em 8,70%, com pressão do PIS/COFINS e ICMS. Ademais, nas regiões metropolitanas de São Paulo, onde as contas aumentaram 1,36%, Brasília, com 1,25% e Curitiba, com 0,40%, os resultados incorporam reajustes ocorridos na parcela destinada à Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública – COSIP: 73,00%, 11,00% e 18,00%, respectivamente.
O cigarro, que passou a custar 3,81% a mais, refletiu o reajuste médio de 12,00%, praticado por uma das empresas, a partir de 31 de dezembro, sobre os preços do produto, na maioria das regiões pesquisadas.
A respeito da taxa de água e esgoto, cujas contas ficaram mais caras em 0,94%, na média, o resultado foi pressionado pela região metropolitana de Fortaleza, onde a alta de 5,41% se deve ao reajuste de 8,47%, em vigor desde o dia 19 de dezembro; por Brasília, onde a taxa de 2,47% reflete o reajuste de 2,65%, em vigor desde o dia 01 de janeiro; por Campo Grande cuja taxa foi de 8,89%, refletindo o reajuste de 10,36%, em vigor a partir de 03 de janeiro e por São Paulo, onde a alta de 1,92% mostra a menor intensidade do efeito do Programa de Incentivo à Redução de Consumo de Água.
Sobre os índices regionais, o mais elevado ficou com a região metropolitana do Rio de Janeiro (1,82%), pressionado pela alta nas tarifas dos ônibus urbanos (10,59%), ônibus intermunicipais (8,62%) e táxi (8,76%). As tarifas dos ônibus urbanos foram reajustadas em 11,76% a partir de 02 de janeiro, dos intermunicipais em 10,48% a partir de 10 de janeiro e do táxi, em 10,50%, a partir de 04 de janeiro. O menor índice foi o da região metropolitana de Curitiba (0,73%).
Para cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 30 de dezembro de 2015 a 28 de janeiro de 2016 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de novembro a 29 de dezembro de 2015 (base). O IPCA, calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.
Em janeiro, INPC fica em 1,51%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC apresentou variação de 1,51%, em janeiro, e ficou 0,61 p.p. acima do resultado de 0,90% de dezembro. Com isto, a taxa dos últimos 12 meses ficou em 11,31%, acima dos 11,28% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2015, a taxa foi de 1,48%.
Os produtos alimentícios tiveram variação de 2,41% em janeiro, enquanto em dezembro a variação foi de 1,60%. O grupamento dos não alimentícios apresentou taxa de 1,11%, em janeiro, acima dos 0,59% de dezembro.
Sobre os índices regionais, o mais elevado ficou com a região metropolitana do Rio de Janeiro (2,37%), pressionado pela alta nas tarifas dos ônibus urbanos (10,59%), intermunicipais (8,62%) e táxi (8,76%). As tarifas dos ônibus urbanos foram reajustadas em 11,76%, a partir de 02 de janeiro, dos intermunicipais em 10,48%, a partir de 10 de janeiro, e do táxi em 10,50%, a partir de 04 de janeiro. O menor índice foi o da região metropolitana de Curitiba (0,64%).
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 30 de dezembro de 2015 a 28 de janeiro de 2016 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de novembro a 29 de dezembro de 2015 (base). O INPC, calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.