Sóciologo italiano que participou do Congresso Brasileiro de Economia em 2021, Domenico de Masi, morre aos 85 anos

Masi, um dos pensadores mais influentes do século XX, deixou seu legado através da criação do conceito de “ócio criativo” e pela sua grande influência na criação do partido italiano Movimento 5 estrelas

O sociólogo italiano Domenico De Masi, renomado autor de mais de 20 livros e criador do conceito de “ócio criativo,” faleceu aos 85 anos em Roma. A notícia foi confirmada no último sábado, dia 9 de setembro.

De acordo com informações do jornal italiano “Il Fatto Quotidiano,” De Masi recebeu o diagnóstico de sua doença em 15 de agosto. A causa de seu falecimento ainda não foi divulgada.

Masi ocupou o cargo de professor emérito de sociologia do trabalho na Universidade Sapienza de Roma e também foi reitor da Faculdade de Ciências da Comunicação dessa mesma instituição.

Entre suas obras notáveis, destaca-se o best-seller “O Ócio Criativo,” publicado em 1995, no qual ele defendia a ideia de que o tempo livre não deve ser encarado como algo necessariamente negativo, mas sim como um estímulo à criatividade pessoal. Além disso, o sociólogo escreveu outros livros influentes, como “Desenvolvimento Sem Trabalho,” “A Emoção e a Regra,” e “O Futuro do Trabalho.”

É com profundo pesar que o Conselho Federal de Economia, junto a todos os economistas brasileiros, lamente a perda da figura notável que foi Domenico de Masi, profissional que deixou sua marca registrada no mundo da sociologia e da filosofia contemporânea. Sua partida deixa um vazio inestimável no campo acadêmico e intelectual.

Participação no XXIV Congresso Brasileiro de Economia

Domenico de Masi participou do XXIV Congresso Brasileiro de Economia, virtualmente, por conta da pandemia da Covid-19. Na ocasião, Masi falou sobre sociedade pós-industrial.

“Após a pandemia viveremos uma fase pós-industrial”, iniciou de Masi, para em seguida caracterizar o que era a sociedade industrial. A produção não seguia mais o modelo agrícola, o trabalho ocupava uma posição central no sistema e o poder era derivado da propriedade dos meios de produção. A cidade mais industrializada do mundo, no início dos anos 1800, era Manchester, na Inglaterra. “Os operários eram 94% dos trabalhadores daquela cidade”, apontou de Masi.

Entre as mudanças trazidas pelo modo de produção industrial encontram-se o aumento da longevidade (de menos de 60 para em torno de 80 anos) e a necessidade de velocidade. “Se compararmos a velocidade com que Júlio César foi de Roma a Paris e a velocidade com que Napoleão, 18 séculos depois, cobriu a mesma distância, eles empregaram duas semanas. Hoje, sem ter os privilégios de um imperador, podemos fazer isso em duas horas”.

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