“A grande deformação está no modelo tributário”, afirma presidente do Cofecon

Em entrevista à RadioWeb, Paulo Dantas da Costa comenta a questão tributária no País.

A cada início de ano, os contribuintes brasileiros se preparam para apresentar a declaração do Imposto de Renda (IR). No entanto, 2023 será mais um ano em que a tabela do IR segue com defasagem. De acordo com levantamento realizado em outubro do ano passado pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), o percentual estimado de defasagem acumulada é de 145,56%. Por isso, aposentados e trabalhadores que possuem salário abaixo de R$ 5 mil vão pagar mais imposto de renda pelo 27º ano seguido.

O presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Paulo Dantas da Costa, em entrevista à RadioWeb, afirma que a cobrança desse grupo – de quem recebe até R$2.826,65 -não tem sentido. Para ele, “O uso do IR na tributação dos ganhos ou das receitas das pessoas físicas do grupo citado repercute muito mal. Primeiro porque aplicar imposto de renda para quem tem salário nesse limite, na faixa inicial, que tem uma incidência de 7,5%, é algo que a gente pode jogar na conta do absurdo”.

A Unafisco também aponta que apesar das atualizações pontuais, sendo a última em 2015, a defasagem do IR não apresenta um reajuste integral desde 1996. O levantamento da entidade também mostra que se cogita integralmente contribuintes com salários até que até R$ 4.675,38 não arcariam com esses tributos.

O presidente do Cofecon reforça ainda que a questão não depende apenas de corrigir a tabela do IR. “Do total que é arrecadado no Brasil, em torno de 56% a 58% é de tributos indiretos sobre bens e serviços. Enquanto a incidência tributária sobre a renda e o patrimônio chega a ser da ordem de aproximadamente 23%. A grande deformação está no modelo tributário.

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Fonte: Agência RadioWeb