O papel do Estado e a reconstrução do país

Diante do desmonte do Estado brasileiro, das instituições e das políticas públicas, os economistas Rudinei Marques e José Celso Cardoso Júnior lançaram o livro “Dominância Financeira e Privatização das Finanças Públicas no Brasil”, do qual são organizadores.

Para o presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Antonio Corrêa de Lacerda, debater as consequências nefastas da dominância financeira e privatização das finanças públicas é uma necessidade precípua para o resgate da retomada do desenvolvimento.“ O resgate do papel do Estado e das políticas públicas se apresenta como algo imprescindível para a reconstrução do país”, afirmou.

Para ele, a sociedade brasileira é estruturalmente desigual e a falta de políticas públicas e a inação do Estado coloca a parcela da sociedade mais vulnerável em situação ainda pior. “Dados recentes tratam do aumento da insegurança alimentar, da exclusão do mercado de trabalho, de precariedade dos serviços públicos, da carestia – que como sabemos atinge com maior força a população de menor renda –, fazendo assim com que nós, economistas, tenhamos um papel fundamental”, ressaltou.

José Celso Cardoso Júnior contou que a ideia do livro surgiu da necessidade de se fazer uma crítica acerca da tese da falência do Estado. Para o economista, o Brasil está na contramão do que o resto do mundo vem fazendo: negar o papel estratégico do governo para solucionar problemas. “O governo, parte da inteligência acadêmica brasileira e da grande mídia estão presos em uma camisa de força ideológica que nega o papel do Estado nas finanças para o desenvolvimento”, declarou.

O evento foi sediado pelo Cofecon na última quinta-feira (13). Para assistir na íntegra, acesse aqui.

Conheça a obra

Com quase 600 páginas, “Dominância Financeira e Privatização das Finanças Públicas no Brasil” contém 23 capítulos divididos em três partes. A primeira contém fundamentos teóricos e históricos para o estudo e compreensão da financeirização no estágio atual do capitalismo. Já a segunda trata de dominância fiscal-financeira e privatização da esfera pública no Brasil. Por fim, a última parte tem como tema a austeridade fiscal, além de questões como a sustentabilidade da dívida e a superação do baixo crescimento.

A edição eletrônica do livro pode ser acessada clicando aqui.