Lacerda, na Folha: “Novo governo receberá um legado difícil”

O presidente do Cofecon, Antonio Corrêa de Lacerda, foi ouvido pelo jornal Folha de S. Paulo em uma matéria publicada com o título “Bolsonaro deixa deterioração econômica como herança para próximo presidente”. O texto, de autoria de Eduardo Cucolo, fala sobre um quadro no qual todos os indicadores macroeconômicos, ao final de 2022, estarão em níveis piores do que ao final de 2018.

“Será um cenário de juros, inflação, desemprego e endividamento mais elevados. Nível de atividade, investimentos estrangeiros e câmbio mais fracos. Haverá ligeira melhora nos indicadores de déficit público, mas com resultados distantes da promessa de campanha de colocar as contas no azul”, publicou o jornal.

O presidente do Cofecon avalia que o próximo presidente receberá um quadro econômico de estagflação, com um terço da população economicamente ativa subocupada ou fora do mercado de trabalho e a necessidade de buscar uma alternativa ao teto de gastos.

“O novo governo receberá um legado difícil. Herdará uma expectativa grande, depois do desastre que terá sido o governo Bolsonaro, com uma pauta econômica bastante desafiadora e que exigirá muita competência técnica e habilidade política”, afirmou Lacerda.

Ainda segundo a matéria, o presidente do Cofecon vê a chance de o país se libertar de uma agenda econômica “Chicago anos 70 absolutamente superada”. Além disso, há um conjunto de políticas de competitividade que requerem atuação de Estado. “O ambiente de negócios é absolutamente inóspito e houve um apequenamento da função da política pública e do Estado. Isso precisa ser reestabelecido”, finalizou o economista.

Outros especialistas ouvidos

Marcelo Neri, diretor do FGV Social, e que recentemente participou de debate de conjuntura no Cofecon, falou sobre o aumento da pobreza que pode acontecer com a incerteza em relação ao Auxílio Brasil – o pagamento de R$ 400 somente está garantido até o final do ano que vem. “Para 2023, você tem um au-mento de pobreza encomendado hoje”, disse Neri.

Fernando Ribeiro Leite, professor do Insper, aponta que “A principal herança que o governo Bolsonaro deixará para o próximo governo é o desafio de recuperar o crescimento econômico, pautado por políticas fiscais e monetárias sólidas, e não por populismos ocasionais. É, fundamentalmente, não fazer o que ele [Bolsonaro] fez”.

Juliano Assunção, diretor-executivo do Climate Policy Initiative (CPI Brasil) e professor da PUC-Rio comentou a agenda ambiental. Para ele, o combate ao desmatamento na Amazônia é tema central nesta agenda. Além disso, a agenda ambiental poderia ser uma vantagem competitiva para o País, mas o Brasil vai na contramão e cria problemas para o setor produtivo. “Conseguimos desenvolver um sistema de monitoramento e combate ao desmatamento super eficaz. Só que a gente descobriu que este sistema está exposto ao ciclo político”, comentou Assunção.

Leia a matéria completa AQUI.