Artigo – Combate às fake news: uma responsabilidade de todos

Estamos vivenciando um momento em que as informações – verdadeiras ou não – propagam-se numa rapidez nunca experimentada antes. As redes sociais e aplicativos de mensagens instalados em celulares se tornaram ferramentas muito utilizadas por pessoas de diferentes faixas etárias. Bastam alguns segundos para que a informação chegue a milhares de pessoas.

No entanto, essa facilidade em transmitir informações trouxe também o desafio de identificar a veracidade de cada mensagem. A internet recebe e envia a todo momento, centenas de milhares de mensagens, muitas vezes “mascaradas” de notícias. O questionamento que nós, enquanto economistas, devemos fazer é: como identificar e combater as chamadas “Fake News”? Qual é o nosso papel nesse processo?
Como todo cidadão de bem, temos a responsabilidade de analisar as informações que chegam até nós, antes de compartilhar com outras pessoas. Esse é o ponto primordial. A nossa profissão é pautada em análises técnicas, estudos, dados que coletamos e aferimos com a máxima precisão possível, afim de não cometer nenhum equívoco. É com esse mesmo zelo que devemos filtrar as mensagens que chegam até nós.

Quando avaliamos o cenário atual, de uma crise sanitária de proporção mundial, vemos uma enxurrada de fake News relacionadas à pandemia. São mensagens perigosas que podem causar até mesmo mortes. Entre essas falsas notícias, mensagens falando sobre medicamentos que supostamente poderiam prevenir ou tratar o coronavírus. Como formadores de opinião devemos ter a responsabilidade em compartilhar informações que sejam baseadas na ciência, e esta já provou que a única solução para combater a Covid-19, é a vacinação em massa da população. Uma sociedade doente não tem condições de trabalhar e produzir e assim, a economia perde, as famílias perdem.

Temos o dever de levar às pessoas informações corretas, bem embasadas, com dados concretos. Para isso, devemos ter em mente, que nossa atividade profissional nos torna formadores de opinião. Isso gera em nós um sentimento de responsabilidade.

O tema “pandemia”, que possui uma estreita relação entre saúde e economia, merece um processo de conscientização coletiva, já que uma notícia falsa pode causar danos irreparáveis a uma pessoa, ou pior, a toda uma população. O fato de estarmos em meio a esta crise sanitária, muitas pessoas tornam-se ainda mais vulneráveis às informações inverídicas, especialmente quando o assunto é saúde pública.

A vacina contra a Covid 19, por exemplo, estudada por tantos cientistas e apontada como solução para o controle da doença, infelizmente tem a sua eficácia colocada em xeque por conta da divulgação de inúmeras mensagens falsas. Da mesma forma, lidamos diariamente com a propagação de informações sem embasamento científico quanto ao uso de medicamentos, indicados para tratamento de outras doenças, como “alternativa” de tratamento precoce contra o Coronavírus – possibilidade esta já descartada por especialistas e pela Organização Mundial da Saúde. Tal atitude coloca em risco a saúde da população e traz à tona mais uma prática perigosa: a automedicação e pior, sem eficácia alguma.

Analisando os números de contaminados e a quantidade de perdas em todo o mundo, é possível dizer que somente a imunização em massa é capaz de frear a ação desse vírus. Não podemos caminhar na contramão disso, permitindo que falsas informações cheguem à população. Enquanto não recebemos a quantidade suficiente de vacinas para atender a toda população, é necessário seguir as orientações dos profissionais da saúde a respeito das medidas de biossegurança – como uso de máscara e distanciamento social.

Temos o compromisso de proteger as vidas, assim como zelar pela economia, contribuindo para a produção de emprego e renda. Compartilhar dados verdadeiros é saudável e ajuda no debate.

O conhecimento pode salvar vidas. Combata às Fake News. Seja uma fonte confiável!


Evaldo Silva, presidente do Corecon-MT, foi conselheiro federal de 2017 a 2019.