Artigo – Bancos digitais, acesso a todos

  • 13 de setembro de 2019
  • Artigo

Por Rudisom Rodrigues de Paula – Conselheiro do Corecon-ES

A revolução digital chegou ao sistema bancário e hoje o que mais tem chamado a atenção é o crescimento das fintechs. Essas são empresas intensivas em tecnologia cujo foco é a inovação dos serviços financeiros. Nessa modalidade, estima-se que estão sendo abertas entre 500 mil a 1 milhão de contas por mês, segundo dados do Boston Consulting Group.

As inovações que permitiram a consolidação das fintechs no mercado são, principalmente, a isenção de tarifas, menor burocracia e opções mais diversificadas de investimentos. Grandes bancos até já oferecem pacotes de serviços sem custos. No entanto, a regra geral ainda é a obrigação de manter recursos na instituição para usufruir do benefício. Como exemplo, com base em dados públicos, um grande banco brasileiro hoje isenta da taxa de manutenção da conta o cliente que possui R$ 150 mil investidos na instituição.

Se a intenção do cliente é investir, essa competição também tem se mostrado vantajosa. As plataformas digitais estão oferecendo cada vez mais opções de investimentos diversificados e com menores custos, o que tradicionalmente são oferecidos apenas a clientes de alta renda.

Ainda assim, o consumidor deve observar alguns pontos importantes. Do ponto de vista de segurança e atendimento, deve-se levar em conta a confiabilidade e o registro dessas empresas juntos aos órgãos reguladores, fazer pesquisas em sites públicos e buscar a avaliação de clientes mais antigos. Por fugirem do modelo tradicional de muitas agências físicas, as fintechs priorizam o atendimento por meio digital, e já há relatos de clientes insatisfeitos por falta de atendimento mais exclusivo (pouca interface humana).

A entrada de novas empresas no mercado financeiro tende a ser benéfica para o consumidor e indica uma evolução na medida em que aumenta a competição no setor. Por esses argumentos, as fintechs atuam com a concepção de democratizar o mercado, oferecendo diminuição de tarifas e melhores opções de investimento, inclusive para o cliente de menor renda.

 

  • Artigo publicado em A Gazeta (ES), em 10 de setembro de 2019.