Presidente do Cofecon debateu a proposta de reforma da Previdência com entidades da área de saúde

O presidente do Cofecon, Wellington Leonardo da Silva, foi convidado pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área da Saúde (Fentas) para falar sobre a proposta de Reforma da Previdência. Ele esteve na última reunião do grupo, realizada no dia 11 de abril, na sede do Conselho Federal de Nutricionistas, em Brasília. Na ocasião, o economista Luiz Alberto Vieira também participou como palestrante.

Entre as entidades que compõem o Fentas estão a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde (CNTS), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade (CNTSS) e os Conselhos Federais de Biologia (CFBio), de Fonoaudiologia (CFFA), de Serviço Social (CFESS), de Farmácia (CFF), de Medicina Veterinária (CFMV), de Nutricionistas (CFN), de Psicologia (CFP), de Enfermagem (COFEN), e de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO).

Em sua apresentação, o presidente do Cofecon afirmou que a reforma da Previdência proposta não irá por si só salvar o país. “A Previdência não é deficitária. Há recursos que deviam estar na Previdência mas não chegam lá, por isso dizem que está quebrada. Se aportassem à previdência tudo o que é lhe é devido, ela seria considerada superavitária”, argumentou o presidente do Cofecon.

Para Wellington Leonardo, o que está em jogo é o aumento da previdência privada no país. “O que está por trás é a mesma coisa de quando surgiram os planos de saúde privados no Brasil: tornar a doença e seus tratamentos um negócio. Está em jogo entregar para os bancos privados os planos de previdência complementar e a tal da capitalização”, opinou. Recentemente, o Cofecon publicou nota técnica sobre a proposta de Reforma da Previdência. Clique AQUI para acessá-la.

Luiz Alberto Vieira destacou que o Brasil estava com R$ 1.3 trilhões em caixa no início do atual governo. “Além disso, temos US$ 380 bilhões em reservas internacionais. O Brasil é o terceiro maior credor dos Estados Unidos, e esses são dados oficiais do tesouro americano. Os EUA devem muito dinheiro para nós”, observou o economista.

Segundo Vieira, a Previdência foi criada com o intuito de estabilizar renda, de forma que não exista um degrau financeiro muito grande após a aposentadoria. “A lógica é que, com a renda estabilizada, tenhamos coragem para consumir, comprar bens de consumo e alimentarmos a estrutura de crédito. A partir do momento em que há incertezas em relação à aposentadoria, as pessoas tendem a consumir menos. Portanto, acredito que a proposta de reforma tende a dar errado, pois ela não apresenta sentidos econômicos para tirar o Brasil da recessão”, declarou.

Sobre o Fentas

O Fórum é nacional, permanente, de representação ampla dos trabalhadores em suas diversas formas de organização, composto por entidades que representam todos os aspectos que compõem o processo de trabalho, seja na formação, regulamentação e nas relações de trabalho, por meio de associações nacionais de categoria, confederações nacionais de trabalhadores, conselhos federais de fiscalização do exercício profissional, e federações nacionais de categoria. É um Fórum de articulação e deliberação política, com o objetivo de subsidiar e assegurar a representatividade e posição do fórum em defesa dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, e de instrumentalizar a discussão e pactuação democrática do Fórum no Conselho Nacional de Saúde e nos demais espaços de articulação, debate e deliberação. As informações estão na Carta de Princípios publicada em 2001 e reformulada em 2015.