Plenária final do XXVI Since deliberou sobre as propostas discutidas nos grupos de trabalho

Durante o XXVI Simpósio Nacional dos Conselhos de Economia (SINCE), as discussões são concentradas em três grupos de trabalho. O primeiro trata de Formação, Aperfeiçoamento Profissional e Mercado de Trabalho do Economista; o segundo aborda o Aperfeiçoamento do Sistema Cofecon/Corecons; e o terceiro debate Estrutura e Conjuntura Econômica, Política e Social do Brasil. Na plenária final, realizada nesta edição no dia 21 de setembro, cada grupo apresentou um resumo das discussões, bem como as propostas que foram debatidas para votação entre todos os economistas que participam como delegados eleitores. O evento ocorreu em Porto Velho, Rondônia, e contou com a participação de cerca de 150 profissionais da área.

A mesa diretiva da plenária final foi composta pelo presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Wellington Leonardo da Silva; a vice-presidente do Cofecon, Bianca Lopes de Andrade Rodrigues; o presidente do Conselho Regional de Economia de Rondônia (Corecon-RO), João Batista Almeida; o vice-presidente do Corecon-RO, Francisco Régis Ximenes de Almeida; o relator do Since, conselheiro federal Felipe Macedo de Holanda; e a secretária do Since, Maria Celeste Pupa.

O primeiro grupo de trabalho foi coordenado pelo presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), Paulo Roberto Paixão Bretas, e teve como expositores a economista Mônica Beraldo, do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), e o economista Paulo Dantas da Costa, do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA). O relato das discussões foi feito, na plenária final, pelo conselheiro Eduardo Rodrigues da Silva.

Entre as propostas aprovadas por unanimidade estão a criação de projeto de lei para exigir a contratação de economistas nas prefeituras, conselhos fiscais e sociedades de capital aberto, públicos e privados; a exigência de que o economista seja o profissional contratado para tratar de desenvolvimento local e regional, não restringindo sua atuação a questões exclusivamente orçamentárias; e o encaminhamento de portfólio da profissão de economista aos principais órgãos públicos, apresentando informações como campo de atuação, regulamentação e estrutura curricular básica.

O registro de mestres e doutores em Economia nos Corecons, mesmo que não sejam graduados em Ciências Econômicas, foi objeto de discussão. Decidiu-se pela criação de um grupo de trabalho, no âmbito do Cofecon, para estudar o tema, alteração da lei e disposições da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). O conselheiro federal Antonio Corrêa de Lacerda ponderou que, ao analisar o assunto, a questão da reciprocidade fosse considerada. “Se nós cursarmos mestrado ou doutorado em Direito, não seremos aceitos como advogados. Seria interessante verificar a possibilidade de acordo com entidades como a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil”, argumentou o economista.

Já o segundo grupo de trabalho, que tratou do aperfeiçoamento do Sistema Cofecon/Corecons, foi coordenado pelo conselheiro federal Waldir Pereira Gomes. Os expositores foram Celso Bernardo, presidente do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), e Ana Cláudia Arruda Laprovitera, presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco (Corecon-PE). Durante a plenária final, o relator, conselheiro federal Paulo Brasil Corrêa de Melo, realizou a apresentação dos principais temas discutidos.

Um dos temas de destaque foi a possibilidade de ampliar a plenária do Cofecon, de 18 para 24 conselheiros efetivos e suplentes. Um dos economistas contrários ao aumento, o ex-presidente do Cofecon Paulo Dantas da Costa se posicionou sobre o assunto. “Acredito que é um contrassenso aumentarmos a despesa do Cofecon, considerando o período pelo qual estamos passando, com queda de receita no Sistema. Passamos por várias dificuldades nos últimos anos e devemos levar em conta a situação que estamos vivendo”, disse.

Por outro lado, o presidente do Conselho Regional de Economia de Sergipe (Corecon-SE), Eduardo Alves Bastos, argumentou que há um estudo no Cofecon sobre a viabilidade de ampliar a quantidade de conselheiros efetivos e suplentes, com vistas a uma maior  representatividade dos Corecons. “O estudo mostra que o aumento de custos é paliativo. Em compensação, há uma participação mais ativa dos Corecons menores, que precisam ter mais criatividade para sobreviver. A participação na plenária é também uma forma de aprender para melhor desenvolver ações nos estados”, defendeu.

Em votação durante a plenária final, a proposta do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA) de manter a plenária em 18 membros efetivos e suplentes, contrária a do Conselho Regional de Economia do Maranhão (Corecon-MA) de  aumentar o colegiado obteve 60 votos favoráveis e 43 contrários.

Por fim, o terceiro grupo de trabalho, que tratou da estrutura e conjuntura econômica, política e social do Brasil, foi coordenado pelo conselheiro federal Róridan Penido Duarte. Os expositores foram os economistas Antonio Corrêa de Lacerda, também conselheiro federal, e Flávia Vinhaes, conselheira do Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (Corecon-RJ). A relatoria dos trabalhos foi feita pelo conselheiro federal Fernando de Aquino Fonseca Neto. Durante a plenária final, o GT apresentou uma proposta de documento sobre conjuntura política econômica para ser discutida com os demais delegados eleitores. Após sugestões e ajustes, foi aprovada a “Carta aberta à sociedade brasileira e aos candidatos à Presidência da República” – Clique AQUI para acessar o documento.

Mulher Economista

Durante a plenária final, foram apresentadas propostas, pelos Conselhos Regionais de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF) e de Rondônia (Corecon-RO), de valorização da Mulher Economista. Foi aprovado por unanimidade, após discussão com os delegados eleitores, que haverá Fórum da Mulher Economistas todos os anos, seja por ocasião do Since ou do Congresso Brasileiro de Economia (CBE), eventos do Sistema Cofecon/Corecons que ocorrem bienalmente.

Realização do XXVII Since

Ao final da reunião, foram apresentadas duas candidaturas para sediar a próxima edição do Since: Paraíba e Paraná. O presidente do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), Celso Bernardo, manifestou apoio à realização do SINCE 2020 na cidade de João Pessoa condicionado à realização do evento na cidade Foz do Iguaçu em 2022. A plenária aprovou o acordo e definiu as próximas duas sedes do simpósio.