Mercado quer profissional capaz de resolver problemas nas empresas

Qual é o profissional que o mercado de trabalho busca nesse momento de crise econômica? Pessoas comprometidas com os valores da empresa, online proativas e com grande capacidade de resolver problemas. Essas características foram citadas por empresas empregadoras no workshop “Ingressando no Mercado de Trabalho”, promovido pelo Conselho Regional de Economia (Corecon-ES), no dia 10 de maio.

Segundo o presidente do Corecon-ES, Eduardo Araújo, a  proposta do evento foi ser uma ponte entre o mercado empregador e as empresas, nesse momento de crise econômica, possibilitando informações de qualidade sobre mercado de trabalho e network de qualidade. O evento teve a participação de 40 jovens recém-formados dos cursos de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e da Fucape, além das empresas Vale, Fibria, Futura Consultoria, OPE Sociais, Psicoespaço e Humanun.

“Os alunos puderam fazer perguntas e tirar dúvidas sobre o mercado, estágios e contratações. Foi uma experiência muito boa e faremos outro encontro como esse no ano que vem”, garantiu Eduardo Araújo.

O workshop contou também com a palestra da economista e coach Geovana Ferreira, que falou sobre planejamento e carreira. Ela citou que é fundamental o profissional estabelecer metas e ter um mentor para ajudar nas etapas a serem percorridas.

Importância dos estágios

Os representantes das empresas destacaram a importância do estágio. “As organizações precisam prover mais oportunidades”, alertou o economista José Alexandre dos Santos, gerente de Desenvolvimento Humano da Fibria. Ele explicou que essa fase de aprendizado funciona como um “quebra-gelo” para o jovem que está iniciando a sua vida profissional, e que as empresas devem apostar nessa mão de obra empolgada e comprometida.

Já a psicóloga Maria Teresa Cardoso, da Psicoespaço, destacou que os jovens devem ser supervisionados nas empresas. “Estagiário não está ali para tirar xerox ou levar documentos, mas sim para absorver o máximo de informações sobre a profissão que escolheu”, alertou Maria Teresa. Ela também tirou dúvidas sobre mercado, currículo, cursos extracurriculares e outros assuntos.
Aprimoramento e competitividade

Uma questão muito observada nas empresas é o aprimoramento constante. “Na Fibria, temos a crença na meritocracia. Há algo que depende de nós mesmos: sermos competitivos no mercado de trabalho. Se falar inglês fluente irá me possibilitar uma ascensão, devo então estudar, e não esperar que a empresa pague o meu curso”, ensinou José Alexandre, destacando que o jovem deve avançar por mérito, e não por um plano de carreira pré-existente.

Mobilidade é grande competência

Segundo a gerente de RH da Vale, Emiliana Amaral, o mercado deixou de ter um grande volume de contratações e os processos seletivos passaram a ser bem planejados. Para a Vale, a mobilidade é a grande competência hoje observada. A empresa está construindo uma usina no Pará e a maior parte das vagas criadas é para o Norte do País, por isso, a empresa precisa contratar profissionais dispostos a se mudar.

“Estamos construindo não só uma usina, mas uma cidade, e acredito que fazer parte desse momento é uma oportunidade muito interessante para o jovem que está iniciando a sua carreira”, destacou Emiliana.

Com muita experiência em mercado de trabalho, o economista e professor Orlando Caliman, sócio da Futura, fez um alerta aos jovens recém-formados. Para ele, há hoje três grandes desafios: aprender a lidar com o tempo, que está cada dia mais escasso; saber que há a necessidade de ter novas habilidades, para as quais a pessoa nunca está totalmente preparada; e aprender a descartar conhecimentos que não servem mais.

Já o estatístico Samuel Franco, da OPE Sociais, reforçou a importância dos cursos complementares e da necessidade de buscar conhecimentos em outros centros, como Rio de Janeiro e São Paulo, e até mesmo fora do País, para depois voltar e garantir espaços no mercado local.